Crítica escrita a partir do espetáculo “O Leão no Aquário”
– por Francisco Mallmann –
Me foi sugerido nunca estar perto o bastante. É perigoso, te influenciaria, disseram. Me indicaram que não assumisse parcerias, que não me misturasse, que não me confundisse. Falaram sobre distanciamento, imparcialidade, separação. Seria até bom indicar certo tom de indiferença, ser um tanto agressivo. Ao mesmo tempo, seria bom ser neutro. Seria importante não soar próximo ou gentil demais. Seria importante não ser artista, nem de longe lembrar um. Seria necessário revelar as diferenças e os afastamentos – seria muito bom se, além de revelar, eu reiterasse, sempre que pudesse, ou então as criasse, feito ficção. Seria profissional aumentar as desproporções. Seria bom ser profissional. Ser totalizante, ser arrogante, saber-se poderoso. Seria fundamental produzir classificação, categoria, escala, nível, ordem. Tudo isso, me faria ser (/parecer) um crítico.
E nada disso me interessa. É outra a via de acesso. É outro o modo de pensar/fazer crítica, porque a entendo como um exercício de cuidado, para com o mundo – o que vivo e o que anseio viver. A minha ideia de crítica (a formal e as outras tantas) atravessa a noção de responsabilidade. Fazer crítica, distante do egoísmo, pode significar trazer à tona “coisas que são importantes”, e é por isso a necessidade de muitas críticas, para que bailem todas as coisas importantes do maior número de esferas possíveis, para que também elas sejam criticadas.
A minha pesquisa em crítica de arte permeia a minha prática crítica-reflexiva de/em/sobre artes cênicas, cujas textualidades podem carregar muitos nomes: dramaturgia, crítica, ensaio, textos de/em/sobre arte/teatro, palavras rasuradas, rascunhos, etc. Eu nunca me afastei de lugar nenhum para me aproximar do que quer que fosse, ainda que tenha desenvolvido modos específicos de trabalho, dados os ambientes, os contextos e os “propósitos” – dois quais a Universidade, na minha experiência como pesquisador, é o mais desgastante de todos. Tenho agora escrito em vários lugares, de diferentes regiões do país. Tenho agora escrito sobre muitos trabalhos que vejo, em cidades que não são a que vivo e costumo trabalhar.
Quando descobri que o afeto1 poderia ser critério, motivo e consequência dos meus textos críticos, foi quando eu decidi que não me importaria que me chamassem crítico – um crítico de ofício, assim, de nome e tudo. Foi importante entender que é possível subverter a lógica de que escrever a partir de um lugar “afetuoso” tornaria meu texto “afetado”2 e por isso ruim, menor, descartável, como se isso me impedisse a autonomia de pensar sozinho, estando em contato com outrxs. Desobedecer uma certa ideia de crítica, aquela próxima da censura, do julgamento, da adjetivação excessiva, da reprovação ou exaltação de gênios, me fez ver o quanto não há imunidade, esconderijo, escudo. Todas as escolhas envolvidas em uma escritura, em um comportamento que se propõe crítico-reflexivo são indícios muito maiores do que qualquer suposta “propensão neutra” poderia contemplar. Pois bem, não sou neutro, não quero ser e tampouco quero que me leiam com neutralidade. As coisas que penso, faço e digo, com quem penso, faço e digo não me possibilitam falsear interesses, preferências e inclinações. Felizmente, estou próximo a espaços e pessoas que me permitem experimentações, posições, lentes e formatos intercambiáveis, que me permitem o trânsito e o transe – como é o caso deste Horizonte da Cena, do Questão de Crítica e, mais recentemente, do Bocas Malditas.
Fiz uma descoberta, há pouco tempo, que me deixou, em um primeiro momento, desconfortável, até que se tornou algo em que vi alguma beleza: em um processo de autoanálise, percebi que o meu discurso sobre crítica (sobre as possibilidades dela), hora ou outra, se aproxima do meu discurso sobre o amor (sobre as possibilidades dele) –, mas nunca ousei falar sobre nenhuma dessas coisas nesses termos, porque acho até um pouco patético registrar assim, e eu sou um desses tais que tenta não ser sempre patético. Mas isso, de unir crítica e amor, é porque, a mim, ambos envolvem tentativa, incerteza, erro e descontrole (assim como a criação artística, é claro, mas essa é uma outra associação). Nenhum formato ideal, nenhum jeito certo, nada que se possa repetir sem desconfiança. Amor e crítica envolvem rasura. Amor e crítica, relações libidinosas, decisões diárias e constantes, revisões continuadas. Desejo de caminhar junto, nem à frente e nem atrás, mas junto, bem ao lado. Uma vontade oscilante de ter-para-si e ter-no-mundo. Um campo de ternura mesmo quando há manifestações abruptas, distantes da delicadeza. Crítica como um gesto de atenção, amor também. Ainda preciso pensar mais sobre isso. Amor é muita coisa. Crítica também. Arte mais ainda. E esse circular promíscuo me permite ver aproximações do que eu chamo “criação” com as dinâmicas instauradas/testadas/experimentadas entre os artistas envolvidos no trabalho que fez com que surgisse esse texto. São muitas perguntas a serem atravessadas com “delicadeza e radicalidade”3.
Esse texto está no mundo porque está no mundo “O Leão No Aquário”4, da Minha Nossa Cia de Teatro, de Curitiba, apresentada durante o mês de março, no TEUNI – Teatro Experimental da Universidade Federal do Paraná. Escrevo a partir desse trabalho por vários motivos. Porque une artistas de três diferentes cidades, geografias nas quais tenho estabelecido parcerias e interlocuções bastante especiais, Curitiba, Rio de Janeiro e Belo Horizonte; porque tenho acompanhado a trajetória da Minha Nossa e porque com alguns artistas que integram e são colaboradores desse espetáculo troco muito de perto, como é o caso de Moira Albuquerque e de Bia Figueiredo; porque o projeto Câmbio5 (no qual “O Leão no Aquário” está inserida) tem movimentado a cena da cidade de um modo vibrante, revelando um amadurecimento da companhia, que se propõe, entre tantas coisas, a também abrir o debate para discussões mais abrangentes, sobre modos de produção que excedem suas próprias criações, e que estão interessados, talvez, no que tange um fazer-teatro-contemporâneo; e porque a peça intersecciona questões que me soam necessárias, quase como se perguntassem: “como ser/estar/permanecer juntxs?”.
Se uma imagem fiel a certa ideia de família envolve atravessamento e invasão, como eu acho que envolve, porque proximidade (não como o sinônimo de intimidade, mas como o ir-e-vir da possibilidade de sê-lo) é o desfazimento de barreiras e fronteiras que permitiriam a suposta segurança, aqui, você pode associá-la a um desenho geométrico no espaço – casa-aresta, um aquário-florescente, um quadrado, um cubo, luzes, um terreno, uma bolha a ser furada, limites vazados que permitem os movimentos complexos que existem nos contrastes entre estar-dentro e não-estar-dentro, que contemplam inclusive paradoxais construções como “não-estar-estando”. Existe algo muito efetivo em sofrer em uma casa – no contorno de uma casa, construída no teatro. No interior dela e nos limites que ela tem – difícil dimensioná-los, aliás, “O Leão no Aquário” sabe disso. Existe algo muito próprio a esse sofrimento se essa casa for sua, se ela um dia já foi. Abandonar uma casa sendo ela parte de sua vida, significa dar a ela um peso inexoravelmente existencial. Significa dizer que casas vivem e morrem. Significa personificar o concreto enquanto, simultaneamente, vai se empedrando a carne toda. Isso é preciso ser dito: é, atualmente, inteligente se propor perceber de quantos modos pode-se adentrar um espaço próprio a ser invadido, feito a casa, feito uma família, um núcleo afetivo, uma companhia de teatro – é sobre experimentação, entranhar a teatralidade às avessas, desnudar processos, compartilhar procedimentos, cena. Há em “O Leão no Aquário” um certo rigor de quem se disponibiliza a investigar quantas tenções pode ter um jogo: Quantas tenções neste jogo, agora, que não reproduz nada, mas que é producente na medida em que escapa à lógica da representação e torna-se lúcido sobre a performatividade dos jogadores e do próprio jogo? Dada a especificidade desta consciência: quantas combinações possíveis? Quantos intercâmbios? Quais as possibilidades de deslocar essas mesmas questões, essas mesmas percepções, que vejo no que chamamos “cena”, para o que chamamos “processo”, ou, ainda, “vida”/“vivência”? De que modo eu, artista-em-exposição, jogo com o fato de ser um artista-em-exposição em um espaço que, quase institucionalmente, espera determinados deslocamentos de um artista-em-exposição? Há em “O Leão no Aquário” um movimento contrário à fuga. Quem sabe se chame enfrentamento, eu não sei.
É muito interessante abordar a família, e as relações (quase)familiares, atualmente, a partir de uma perspectiva itinerante entre as partes. É responsável, social e politicamente apresentar atores e atrizes produzindo demarcadores e pequenos espaços-possessivos – no que se refere associações várias, como gênero, papel, identidade, posição – que propositalmente se perdem, se afastando das lógicas extremamente danosas operantes em discursos e concepções sobre “família” de alguns agentes, como é o caso de uma tal bancada evangélica, que no Brasil reúne riscos muito objetivos a pessoas como eu, por exemplo, alheias a uma normatividade das relações afetivas-sexuais-familiares. O que quero anunciar, assim, é o transbordamento dessa encenação em algo muito próximo do que temos chamado de “outras formas de vida”, que se unem ao dissenso e às possibilidades de existências-outras que estamos reivindicando e tentando garantir com nossos deslocamentos. Quero crer que é esse um registro da minha geração, de uma parte da minha geração que seja, que articula esse potencial do contemporâneo, em arte-vida: suspeitar, desconfiar, subverter os lugares e as posições que ocupamos, entendendo-os como a perspectiva de instauração de outras dinâmicas para aquilo que denominaram “lugares de poder”. Associo, consequentemente, estar-no-mundo e fazer-arte, o que me encaminha a pergunta: “como fazer aquilo que falamos?”. “O Leão no Aquário” encontra um lugar bastante coerente com as ideias e os ideais horizontais que rondam algumas criações em coletivos, transitórios ou não.
Porque, além de tudo, me afeta o fato de não ser este um trabalho sobre a exaltação de genialidades. Não é sobre uma leitura que encontra interlocução nas velhas palavras que orbitam ao redor do “talento” – ainda que possamos falar sobre ele e suas alternâncias, ainda que possamos falar em talentos em reunião, atualizando os termos e o que consta dentro deles. É mais sobre acompanhar-participar das inúmeras paisagens que aqui foram criadas para a inconstância das relações que temos e o modo como elas podem interferir na nossa presença – isso, de intercalar as partes/papéis de uma trama, propulsiona a recepção para lugares, ao mesmo tempo, próximos e distantes do-que-se-vê/ouve, disparados pela evidência em minha frente e encaminhados para geografias biográficas de acesso não tão fácil.
Colado a isso, há um movimento específico promovido pela materialidade e pelo manuseio do jornal, aspecto importante desse trabalho. O jornalismo, tão fracassado quanto poderoso, espécie de formato fundante dos nossos tempos, em que o pensamento vem nos moldes de uma manchete, produz cortes certeiros em uma narrativa que esbarra, quase absorta, em sua própria engenhosidade. Lê-se, com outra voz e respiração, as nossas fraturas: o absurdo de permanecer vivo, retratado no papel jornal, que mancha os dedos, a memória e o espaço. Estamos nos perguntando o que é – o que pode ser – estar no mundo, agora, precisamente, com golpes e insurreições, alguns fenômenos mais anunciados e outros menos. Estamos nos perguntando o que está acontecendo. Estamos nos fazendo perguntas e, aqui, neste teatro, escolheram ler jornal durante o espetáculo. Furar a bolha já furada. Me presentear um presente ruim, me convidar a escutar isso que está, que é – e bem por isso passível de mudança.
Porque em tempos sombrios, quando imperam o crime e a violação às leis, quando vigora o Estado de exceção, quando a linguagem se encontra pervertida a ponto de as palavras dizerem o contrário do que significam, o sentido usual do termo escuta se vê igualmente transfigurado. Por isso, hoje, num Brasil que se encontra de ponta-cabeça, a escuta parece designar dois tipos de operações: o exercício de uma atividade secreta e clandestina, seja ela efetuada por quem se opõe à ‘ordem’ estabelecida ou pelos próprios agentes das instituições; e a prática daquilo que o poeta Armand Robin qualificou como ‘ultraescuta’, isto é, a capacidade de extrair sentido para além do mar da linguagem totalitária da propaganda política e da manipulação da mídia, que Jacques Lacan chegou a nomear como ‘muro de linguagem’, loucura”6. Identifico, de algum modo, isso em “O Leão No Aquário”, quando há essa ruptura causada por uma “simples” leitura de jornal: é uma fresta, uma abertura, um buraco no muro, um convite para “extrair sentido para além do mar da linguagem totalitária”, e isso só parece funcionar porque há o contraste e a simultaneidade. Porque há o discurso, a ideia de um cotidiano, uma quase-banalidade ficcionalizada e há um cotidiano, ainda que vertido em linguagem, formato e meio, que se apresenta praticamente impossível de se ficcionalizar. É como é: jornal, notícia, vida, violência e, no entanto, há uma dobra, um convite, uma transformação, certa lucidez, quando se intersecciona “o-jogo-da-peça” e o “jogo-do-mundo”, porque duas texturas tão distintas revelam algo do qual não podemos nos esquecer: “os instrumentos da violência, reprimem sempre os meios de entendimento”7.
Comecei esse texto de um modo absolutamente ensimesmado, falando sobre mim, talvez, para chegar aqui: o que me torna um ser-do-agora, capaz de aceitar um convite para um gesto de mudança, senão um profundo desejo de conversar-trocar com quem aqui também está, agora? Ser-do-agora: uma vontade de me dispor às suas causas e coisas, às suas questões, às suas confusões, de modo a também revelar as minhas, coladas ao que entendemos por “realidade”. Comecei esse texto abrindo as coisas que tenho pensado sobre o trabalho que venho fazendo em crítica, expliquei até os motivos pelos quais ele surgiu, porque foi também assim que me mobilizou a peça da qual escrevo: é a sinceridade brutal que deve riscar o espaço, o palco, a página.
Não dou conta de todo “O Leão no Aquário” porque não posso e nem quero. A peça existe por si. Escrevo e compartilho uma minúscula e egoísta percepção que me atravessou ao me deparar com o(s) trabalho(s) desses artistas, nessas circunstâncias, nessa configuração: Existir é poder ser mãe,pai,filho,filha,avô,aoutra,avó,ooutro,produtorx,ator,atriz,diretora,amiga,figurinista,diretor,amante,dramaturgx,iluminadora,sonoplasta,operadorx,artista,cidadãx,críticx tudo ao mesmo tempo, não sem dor, não sem algum rigor. Existir é fazer perguntas com uma recorrência maior do que a que se espera. Não por ansiar a resposta única que alguns nos dizem deter, é mesmo pela pergunta e os caminhos que se abrem com ela. Existir é fazer pergunta. Resistir, palavra tão usada e desgastada entre nós, então, pode ser permanecer em questão. Resistir, possivelmente, também seja não deixar que respondam por você a pergunta o que está acontecendo?.
1 Aqui, uma pequena coincidência sobre esse termo e o que ele pode significar: há um texto de Peter Pál Pelbart chamado Elementos para uma cartografia da grupalidade em que o autor discorre, logo no início, sobre o “nosso poder de afetar e ser afetado”, que, na minha experiência, faz muito sentido ao me referir às minhas experimentações artísticas. Esse trecho, não na íntegra, faz parte do programa de “O Leão no Aquário” e diz: “Então somos um grau de potência, definido por nosso poder de afetar e de ser afetado, e não sabemos o quanto podemos afetar e ser afetados, é sempre uma questão de experimentação. Não sabemos ainda o que pode o corpo (…). Vamos aprendendo a selecionar o que convém com o nosso corpo, o que não convém, o que com ele se compõe, o que tende a decompô-lo, o que aumenta sua força de existir, o que a diminui, o que aumenta sua potência de agir, o que a diminui, e, por conseguinte, o que resulta em alegria, ou tristeza. Vamos aprendendo a selecionar nossos encontros, e a compor, é uma grande arte. A tristeza é toda paixão que implica uma diminuição de nossa potência de agir; a alegria, toda paixão que aumenta nossa potência de agir. (…) Existir é, portanto, variar em nossa potência de agir, entre esses dois pólos, essas subidas e descidas, elevações e quedas” (PELBART, Peter Pál. Elementos para uma Cartografia da Grupalidade. O Indivíduo, o Comum, a Comunidade, a Multidão, 2010, São Paulo, SP. In: Enciclopédia Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2017. Disponível em: https://goo.gl/Wbr9wJ)
2 Registro essa palavra próxima ao uso que a homofobia faz dela.
3 Em referência ao texto “O que acontece quando, mais uma vez, escolhemos cambiar?” assinado pela Minha Nossa Cia de Teatro, que integra o programa do espetáculo O Leão no Aquário.
4 Dramaturgia: Vinícius Souza/ Direção: Diogo Liberano/ Elenco: Fernanda Perondi, Felipe Custódio, Léo Moita, Moira Albuquerque e Val Salles/ Cenografia: Erica Mityko/ Iluminação: Raul Freitas/ Cenotécnico: Sérgio Richter/ Sonoplastia: Álvaro Antonio/ Figurino: Felipe Custódio e Val Salles/ Costureira: Ivete Rizzardi/ Fotografia: Lauro Borges/ Design Gráfico: Álvaro Antonio/ Colaboração Corporal: Bia Figueiredo e Renata Roel/ Produção: Inés Gutiérrez/ Assistência de Produção: Raul Freitas/ Assessoria de Imprensa: Victor Hugo/ Incentivo: Grupo Positivo/ Captação de Recursos: Sauí Cultural/ Realização: Minha Nossa Cia. de Teatro e Girolê Produções Artísticas
5 O Projeto Câmbio é uma proposta de intercâmbio artístico visando criar três espetáculos diferentes, nascidos do encontro da companhia curitibana com três diretores-dramaturgos: Dimis Jean Sores (de Curitiba/PR), Diogo Liberano (do Rio de Janeiro/RJ) e Vinicius de Souza (de Belo Horizonte/MG). Em cada uma das criações, as funções dos artistas convidados mudam, mudando as experiências e gerando a criação de espetáculos com poéticas diversas das já experimentadas pela companhia. A primeira peça foi Primavera Leste, dirigida por Dimis Jean Soares e escrita por Diogo Liberano; a segunda é O Leão no Aquário, e a terceira ainda a ser definida.
6 SANTOS, Laymert Garcia dos. Escutas em transe. São Paulo: Editora n-1, 2016. p. 16-17.
7 HABERMAS, Jürgen. Conciencia moral y acción comunicativa. Barcelona: Península, 1985, p.131.