por Luciana Romagnolli
“Viúva, Porém Honesta”. |
Três perguntas para Pedro Vilela, ator e diretor do grupo pernambucano Magiluth, que participa do Fringe com “Viúva, Porém Honesta“, de Nelson Rodrigues.
“Viúva, Porém Honesta”. |
Quais os pontos em comum ou paralelos possíveis deste novo espetáculo com “Aquilo que meu Olhar Guardou para Você”?
Quem vê o “Viúva”, costuma dizer que é um aglomerado de tudo que já fizemos, o que costumamos defender como “construção de uma linguagem”. E nossa linguagem é marcada pelo Jogo. Acho que talvez seja o maior ponto em comum com os outros trabalhos. Temos muito interesse pelo “aqui e agora” que só o teatro nos possibilita. Olhamos também com a atenção para os limites entre o ator e o personagem, e no Nelson isso se evidencia ainda mais, pois as construções, trocas, convenções estão todas expostas no palco para o público. Trazemos, com o “Viúva”, uma cena “precária”, sem rebuscamentos. Mas este é nosso exercício. Como a partir deste dado da precariedade podemos construir teatralidade. Como podemos contar um Nelson com elementos vindos da 25 de março. E, assim, abrimos espaço para uma cena onde tudo é possível. A diferença principal em relação ao “Aquilo” é o posicionamento que temos perante a obra para que o público se relacione. O “Aquilo” procura tratar com a poesia das pequenas coisas, enquanto que no Nelson usamos um olhar hiperbólico como o próprio autor foi.